A necessidade de criar ou recriar um planeta mais verde e sustentável está a mudar o que consumimos e a forma como o fazemos. Prova disso mesmo é a crescente procura por carros elétricos e híbridos que se faz sentir em Portugal. Entre Janeiro e Junho de 2023, a venda de carros elétricos ultrapassou a venda de carros a gasóleo.
Para além do compromisso com uma mobilidade sustentável, o preço dos combustíveis fósseis tornou-se proibitivo fazendo os consumidores voltarem-se para os elétricos e híbridos convencionais e plug-in, veículos em que a energia é mais barata e a tecnologia associada permite obter uma performance em estrada mais amiga da poupança de combustível.
Dito isto, ao longo deste artigo iremos concentrar-nos nos híbridos plug-in e no seu consumo.
O que é e como funciona o motor de um híbrido plug-in?
Também chamados de PHEV, isto é, Plug-in Hybrid Vehicle, um veículo híbrido plug-in caracteriza-se por comportar um motor a combustão interna (ICE) e um motor elétrico alimentado por uma bateria de iões de lítio. No caso do Eclipse Cross PHEV, este tem dois motores elétricos.
Ao contrário dos híbridos convencionais em que o motor elétrico funciona como auxiliar do motor a combustão interna nunca operando de forma autónoma, nos híbridos plug-in o motor elétrico tem autonomia para operar sozinho, especialmente no arranque e em velocidade de cruzeiro.
Para além desta diferença, as baterias de um motor híbrido convencional só podem ser carregadas com energia cinética através do sistema de travagem regenerativa. Já a bateria de um híbrido plug-in pode ser carregada a partir de uma fonte de alimentação externa, como uma tomada doméstica ou um carregador de uma estação de carregamento.
Nos híbridos plug-in, quando carregada a bateria elétrica, a gestão da energia está a nosso cargo, isto é, quando em andamento podemos escolher entre utilizar unicamente o motor a combustão interna, apenas o motor elétrico ou conjugar o melhor dos dois através do modo híbrido.
A possibilidade de realizarmos este tipo de gestão, acaba por resultar numa redução significativa das emissões de CO2, numa redução do combustível gasto e numa maior performance quando em comparação com um híbrido convencional e, sobretudo, quando em comparação com um veículo com motor de combustão interna (ICE) – que apenas utiliza combustíveis fósseis.
Por exemplo, entre os modelos Mitsubishi encontramos o híbrido plug-in Eclipse Cross PHEV que oferece uma efetiva poupança no gasto de combustível, consumos na ordem dos 2l por cada 100km emissões de CO2 incrivelmente baixas (46G/KM), uma autonomia de 55 km em modo 100% elétrico com reaproveitamento da energia cinética e ainda dois motores elétricos. Estes permitem usufruir de propulsão EV com uma maior frequência e assegurar uma aceleração vigorosa quando em condução em modo elétrico.
Qual o consumo de combustível num híbrido plug-in
Como referimos, o motor de um híbrido plug-in combina o melhor de um motor a combustão interna e o melhor de um motor elétrico, podendo estes atuar de forma independente ou em conjunto.
Isto implica que o híbrido plug-in gaste dois tipos de combustível: fósseis e eletricidade. Veremos, então, qual o consumo de combustível de um híbrido plug-in comparando-o com um veículo movido exclusivamente a combustíveis fósseis (ICE) e com um veículo híbrido convencional.
Durante três anos, a companhia elétrica nacional francesa (EDF), o município de Estrasburgo e um fabricante de automóveis realizaram um estudo sobre os gastos de combustível de veículos híbridos e veículos a combustão interna e as conclusões são interessantes: um híbrido plug-in tem um consumo 46% inferior a veículo com um motor a gasolina.
Além da poupança no consumo de gasolina e, por consequência, da nossa carteira e do meio ambiente, o estudo concluiu ainda que um híbrido plug-in carrega, em média, 1,6 vezes por dia. Isto ajuda a uma redução do consumo em 70% e a uma poupança na ordem dos 1400 euros (7,1 euros por 100km) numa economia anual, se utilizar o modo híbrido 40% do tempo de marcha e o modo exclusivamente elétrico nos restantes 60% do tempo.
Esta poupança acaba por ser ainda maior, sobretudo no valor que se paga pelo combustível, quando se faz uso do nosso híbrido plug-in para deslocações entre a casa e o trabalho ou entre a casa e a escola utilizando unicamente o motor elétrico, já que este nos oferece uma autonomia de até 55 km em circuito urbano, como vimos no caso do Mitsubishi Eclipse Cross PHEV.
Os híbridos plug-in, com uma autonomia de, pelo menos, 50km, para além de consumirem menos combustível em relação a veículos a combustão interna (lembrando que o preço médio da gasolina está nos 1,60 euros por litro em Portugal) e terem emissões inferiores a 50g/km, beneficiam de uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos). Isto aumenta o potencial de poupança de um veículo deste tipo quando comparado com um híbrido convencional, movido a gasolina, ou com um tradicional automóvel a combustão interna (ICE).