A Mitsubishi Motors, construtor automóvel com um palmarés desportivo invejável onde se contam várias vitórias no campeonato mundial de ralis e no mítico Dakar, é parceiro oficial do Belenenses Rugby, atual campeão nacional de rugby e um dos históricos da modalidade em Portugal.
Nos termos do acordo anunciado, além das camisolas de jogo dos azuis do Restelo que vão passar a ostentar o nome e os icónicos três losangos vermelhos da Mitsubishi, estão ainda previstas uma série de ações entre a marca japonesa com fortes ligações a Portugal e um dos clubes que mais tem contribuído desde 1928 (data de fundação da secção de rugby do CF Belenenses) para o desenvolvimento do rugby português.
E porque é que a Mitsubishi se uniu ao Belenenses Rugby? A resposta é simples: a partilha dos mesmos valores de superação, compromisso, trabalho em equipa e perseverança.
Isso mesmo foi sublinhado por Miguel Santos, Diretor de Marketing da Astara Portugal (representante nacional da Mitsubishi), que durante a apresentação do novo ASX no nosso país afirmou que “o râguebi traduz o espírito de superação, compromisso, trabalho em equipa e perseverança, a par de sólidas bases éticas e humanas, valores que integram o ADN da marca e que tornaram possível o atual reforço do compromisso na Europa”.
Por sua vez, os homens da Cruz de Cristo, representados por André da Cunha, Presidente do Belenenses Rugby, caracteriza esta parceria como “representa um marco na relação entre o râguebi e outras organizações da sociedade, uma vez que se inspira fortemente na partilha dos valores inerentes à modalidade”.
Mitsubishi e Belenenses Rugby: duas histórias de superação que se encontram nos relvados
Quando uma empresa nascida no séc. XIX e um clube fundado no primeiro quarto do séc. XX se unem em pleno século XXI tal só se pode dever a um compromisso com os valores e à superação de obstáculos que surgiram no caminho de ambas.
Foi, como referimos, esta comunhão de valores e vontade de superação que juntam, agora, nos relvados deste país a Mitsubishi Motors e o Belenenses Rugby, mas que já antes se revelava no apoio à prática desportiva e aos clubes e seleções nacionais.
Nascida em 1870 pela mão de Iwasaki Yatarō, a Mitsubishi venceu guerras mundiais, crises económicas e sociais para, chegados à segunda década do século XXI, dela podermos afirmar que se trata de uma vencedora, seja no desenvolvimento de produtos inovadores e funcionais, seja no campo desportivo.
No início da década de 60 do século passado, a Mitsubishi dava os primeiros passos nas corridas de carros de Turismo com, primeiro o Mitsubishi 500 Super DeLuxe que conquistou os quatro primeiros lugares no Grande Prémio de Macau (1962) e, posteriormente, com o Mitsubishi Colt 600 que garantiu à marca nipónica os três lugares do pódio no Grande Prémio do Japão em 1964.
Depois dos carros de Turismo, a Mitsubishi entregou-se às fórmulas e o resultado foi o mesmo com os carros equipados com os motores da marca a conseguirem arrebatar pódios e vitórias no Grande Prémio do Japão.
Se as corridas em circuito valeram prestígio, é sem dúvida no off-road que o nome da Mitsubishi voa mais alto. Tudo começa no Rali Safari de 1974 (Quénia) onde o Lancer 1600 GSR, especificamente concebido para este exigente rali, não deu hipóteses à concorrência. Este foi o ponto de partida para uma relação estreita e vitoriosa entre a Mitsubishi e o Mundial de Ralis que se prolongou durante os anos 80 no famoso Grupo A e, já nos anos 90, quatro vitórias consecutivas no Mundial de WRC (World Rally Cars) entre 1996 e 1999 com o majestoso e potente Mitsubishi Lancer Evolution conduzido pelo finlandês Tommi Mäkinen.
Os ralis mostram a faceta desportiva da Mitsubishi no seu melhor, mas é na mais dura prova de todo-terreno do mundo, o Dakar, que a marca ganha um alcance universal ao ser o fabricante com mais sucesso na história dessa prova com 12 vitórias (sete das quais consecutivas) de nove pilotos diferentes com modelos tão icónicos como o Pajero. Como em quase tudo, há também um português ao barulho, neste caso o piloto Carlos Sousa, que ao volante de uma Mitsubishi Strakar conquistou em 2003 o Campeonato do Mundo de Todo-Terreno FIA.
Strakar, Pajero e muitos outros modelos fazem já parte do imaginário dos portugueses amantes de desportos motorizados que neles procuram a fiabilidade e potência para ultrapassarem as dificuldades impostas pelos troços dos ralis portugueses e das provas de todo-o-terreno que todos os anos chamam milhares de pessoas às serras e planícies de Portugal.
Fora do ambiente desportivo oficial, mas imbuídos de espírito aventureiro, muitos outros portugueses vêm nos novos SUV Mitsubishi, como é o caso do Eclipse Cross PHEV (híbrido plug-in), o passaporte para a exploração da natureza em companhia da família com toda a potência, conforto e segurança que a tarefa exige.
Tal como a Mitsubishi, o Belenenses Rugby teve de superar uma série de obstáculos para que hoje seja visto como um dos clubes mais importantes não só no CN Honra (Campeonato Nacional de Rugby), mas também em toda a história do râguebi em Portugal.
Nascida em 1928, anterior à fundação da Federação Portuguesa de Rugby (1957), a secção de râguebi do centenário Belenenses começou com uma vitória sobre o Benfica no seu jogo inaugural, mas nem tudo foram rosas. Ao longo destes quase 100 anos de existência, os azuis do Restelo debateram-se com a falta de um campo próprio para a prática da modalidade, com a menor visibilidade do râguebi junto dos mais jovens que leva a que exista dificuldades no recrutamento e falta de apoios como aquele que agora foi celebrado com a Mitsubishi.
Campeão nacional de râguebi em oito ocasiões (1957/58, 1962/63, 1972/73, 1974/75, 2002/03, 2007/08, 2017/2018 e 2021/2022), vencedor de 6 Taças de Portugal e 7 Supertaças, o Belenenses aposta fortemente na formação tendo, atualmente, 350 atletas em todos os escalões de formação e seniores.
Apesar de ser o berço de alguns dos mais importantes nomes do Portugal Rugby, o Belenenses teve o seu grande momento de glória quando, no Mundial de Rugby de 2007 em França, deu ao quinze nacional cinco jogadores: João Uva, Christian Spachuk, Juan Murre, David Mateus e Diogo Mateus.
Enquanto o Belenenses Rugby está na luta pelo bicampeonato nacional de râguebi, já se começam a fazer contas à participação de Portugal no próximo Campeonato do Mundo de Rugbty que se disputará novamente em França em setembro e outubro de 2023. Nessas contas, como não podia deixar de ser, encontram-se vários jogadores do Belenenses, como Pedro Lucas, Duarte Azevedo, David Wallis e António Machado Santos, que prometem colocar em campo todo o sentido de coletivo, solidariedade e superação que marca a história deste clube ímpar no panorama nacional.